A marca “Portugal” está pelas ruas da amargura!...
São os próprios empregados da empresa, os portugueses, que fazem da nossa etiqueta algo do tipo “made in China”, ou pior!...
Contudo, alguns, os que têm uma voz mais activa por este país, continuam a dizer-nos que não será bem assim… Temos acreditar, produzir, ir para fora cá dentro, realizar o mais “euros 2004”, propormo-nos aos Jogos Olímpicos, ao Mundial 2016… Fazer mais um aeroporto em Braga, ou Algarve…
Quem diz que isto está mal é logo sorrateiramente acusado de anti-patriota, que não gosta do seu país, que gostava mais do Portugal de antigamente… Em verdade vos digo, muitos destes “Velhos do Restelo” são mais progressistas dos que se pavoneiam do facto…
Como posso considerar uma marca onde a sua Assembleia Geral se demite de tomar decisões em vésperas de feriados, mas critica os que fazem pontes? Como posso eu considerar uma marca que faz de mim, só por ser casado de papel passado, um maior contribuinte em relação a um solteiro… Não posso gostar de uma marca que me espolia os direitos mais básicos e me atira com polícias para me fazer entender as injustiças… Não posso gostar de uma marca que me torna inferior só porque não vivo ao pé do mar… Não quero acreditar numa marca em que a sua administração tem como ponto de honra fazer exactamente o contrário daquilo que se propôs a quando da nomeação… Não vendo uma marca em que o representante da sua agricultura acusa os agricultores de criminosos mas nem se prova que ele está a mentir, nem que os homens da terra os são… Não vendo uma marca em que o representante das finanças nos atira com situações cor-de-rosa e os analistas nos dizem exactamente o contrário, haverá melhor analista que o português que todos os dias tem de viver?
Não vendo uma marca em que a opinião e decisão está em meia dúzia de ditos iluminados que foram eleitos pela comunicação social por causa do seu mediatismo.
Não posso vender uma marca na minha terra se, a quando do regime da “velha senhora”, tínhamos muito mais potencial económico, cultural e social (e não vale a pena chamarem-me fascista, apenas aprecio factos. Não é por se pertencer à Irmandade do Cravo na Lapela que se é mais democrata ou menos fascista).
Como posso eu apreciar uma marca que tem problemas energéticos e risca, sem direito a discussão, a energia nuclear da agenda? Que custa muito pagar 75€ o barril de petróleo, mas não custa nada preservar as gravuras que não sabem nadar? Que tem condições óptimas para a energia eólica, mas o Gavião de Cauda Dourada é magnífico ao olhar?
Como posso eu gostar de uma marca que deixa um bombeiro, que combateu um incêndio ao serviço da marca, sujeito a uma vida estragada só porque foi atingido o limite do seguro (7000€)?
Na verdade, o que mais me chateia, irrita-me até, é estar para aqui a dizer que não gosto duma marca, quando, na realidade eu amo o meu Portugal… Olhem, são masoquismos!...