quinta-feira, 6 de março de 2008

LOL

Autonomia Gastronómica

Os meninos podem comer o que quiserem e como quiserem, desde que seja uma posta de bacalhau, do lado mais da cabeça do gadídeo, com três batatinhas novas cozidas, uma tira de cenoura, um pouco de repolho e duas rodelinhas de ovo, se possível do tamanho M, para ser menos caro, tudo regado com um fiozinho de azeite, acondicionado de acordo com as regras da UE e ASAE, uma salsinha picada (três folhitas) e uma pimenta moída (se possível da Caiena).

Desde que respeitem estas normas, são livres de comerem o que quiserem e como quiserem, com garfo e faca, colher ou com as mãos.

http://educar.wordpress.com/

Antigo director da DREC

A questão central

Com os professores na rua e uma boa parte da opinião pública a mostrar compreensão pelos protestos, mesmo alguma da intelligentia como ainda ontem se viu no Prós e Contras, o Ministério da Educação está em campanha para mostrar "a obra" e criar ruído.
Naturalmente que nem tudo tem sido mau, eu próprio nalguns posts o tenho reconhec ido, e não vale a pena ter visões maniqueístas da realidade, podemos discordar de algumas medidas mas saber reconhecer os aspectos positivos que também os há.
Mas a questão não é essa, isso é querer lançar uma cortina de fumo sobre o essencial, a "questão central" como gosta de dizer Valter Lemos é a forma completamente inábil para não dizer despudoradamente acintosa como os professores têm sido tratados desde o início do mandato desta equipa do ME
Jamais esquecerei uma das primeiras reuniões em que participei enquanto DREC, com todo o estado maior do Ministério, em que logo os professores foram o "bombo da festa" e tendo eu chamado a atenção para a necessidade de a Ministra dar uma palavra de incentivo aos colegas a Sr.ª me ter respondido que os "professores queriam era que andassem com eles ao colo", o que me levou a ripostar em tom de brincadeira se ela às vezes não gostava também de um "colinho". A gargalhada geral não disfarçou o tom de crítica severa aos professores, apesar de quase todos à volta da mesa serem, ou terem sido, professores.
O que neste momento está em causa não é a obra do ME, é o grito de revolta de uma classe farta de ser ofendida e humilhada e como disse outro dia Marcelo Rebelo de Sousa se há coisas positivas para mostrar, o que não teria sido possível fazer se em vez de se estar contra os professores, se tivessem os professores como aliados. Esta é que é a verdadeira "questão central".

Publicada por José Manuel Silva em 4.3.08 no blog:

www.campolavrado.blogspot.com

sábado, 1 de março de 2008

Marchar, marchar!

Sem dúvida que esta problemática da educação dá aso a muitos comentários...

A mim, sempre me causou alguma confusão (quando era aluno no ensino e até ao 12º ano), o tempo livre e férias dos professores. Enquanto dirigente da associação de estudantes nos “meus verdes anos” e depois de ter casado com uma professora mantive a opinião... Algo precisava de ser mudado...
A estratégia socrática para iniciar as necessárias e urgentes reformas foi isolar os professores (principalmente os sindicatos) colocando a opinião pública contra estes, utilizando os argumentos que eu atrás referi e outros como os aumentos salariais...
Nas escolas os alunos aproveitaram para levantamentos contra aqueles que deveriam ter a autoridade.

Como se pode não reprovar alunos que não sabem nada das matérias?
A maioria dos pais considera os professores apenas e só alguém que toma conta dos seus filhos, mantendo os “filhinhos” ocupados entre as escolas, os ATL's, as explicações, natação, música e aos fins de semana num qualquer desporto ou nos escuteiros... Não é para eles aprenderem nada, apenas mantêm-nos ocupados...

Os professores têm é de exigir ficar nas suas escolas 35 horas semanais a fazer o que têm de fazer, preparar aulas, seguir alunos com dificuldades, tirar dúvidas a outros, corrigir testes e tudo o resto que é da sua obrigação mas, ao mesmo tempo, exigir salas com material adequado ao trabalho individual dos professores, nomeadamente computadores, impressora, scaner's, livros, cadernos, lápis, esferográficas, acesso à internet (obviamente com regras)... Poderiam chegar até ao cúmulo (mas só para provocar um pouco), de pedir telemóveis e carro para contactarem aos alunos ou pais por um qualquer motivo académico...

Pergunto:
Porque tenho de ser eu, casado com uma professora, a pagar internet para os filhos dos outros, a gastar papel, canetas, tinteiros e eu sei lá que mais? Porque tenho de aturar eu, a minha mais que tudo, a corrigir testes até às 4 da manhã?

De facto, Portugal tem bons professores, têm aquilo que se chama espírito de missão, têm aquilo que me leva a dizer que eu nunca o seria, não por falta de conhecimento, mas por falta desse espírito... Mas, talvez seja tempo de dos professores fazerem valer os seus direitos laborais e tratarem a sua profissão como uma qualquer outra... Os padeiros também são óptimos profissionais... Se bem que fazer uma carcaça não deveria ser a mesma coisa que educar um futuro cidadão...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Carnaval de Canas - VI séculos

Quando se tem tempo para analisar coisas descobre-se sempre algo fantástico!...

Para se ir à origem do Carnaval de Canas de Senhorim, já que deve ter por volta de 400 anos, somos confrontados com o século XVI... Mas isso é só fazer contas!...
O Entrudo, nome dado às brincadeiras de Carnaval, foi muito provavelmente levado para o Brasil pelos Portugueses... Nesses séculos, nas aldeias portugueses o período de Carnaval estendia-se entre o Dia de Reis e a Quarta Feira de Cinzas. Logo aí temos uma semelhança com os dias de hoje em Canas de Senhorim. Tradições como as Paneladas, Pisões, “Mascaradas”, “bombinhas”, “rusgas”, despique, arremesso de objectos para o outro bairro entram no chamado Entrudo Popular, características conhecida doutros Carnavais, praticado por gente do Povo e escravos no século XVI... Se eu conhece-se a estruturação populacional do Século XVI em Canas de Senhorim diria que o nossos “Entrudos” estão na génese do Carnaval e foram muitas coisas mantidas até aos dias de hoje... A denominação genérica de Entrudo, entretanto, engloba toda uma variedade de brincadeiras dispersas no tempo.
O Entrudo, para alguns autores, eram brincadeiras de “folguedo alegre mas violento”... Lembro logo as esperas e “porradas” que aconteciam a quando a passagem das marchas tanto no Paço como no Rossio e que ainda hoje acontecem (se calhar infelizmente) na 2º Feira da Velhas e no Despique...

Posso, sem estar a ser pretensioso, concluir que se ainda hoje se mantém em Canas de Senhorim as características encontradas noutros carnavais portugueses e brasileiros do século XVI, então podemos afirmar com alguma certeza científica que o Carnaval de Canas tem 400 anos... E se os nossos estudiosos perdessem tempo a analisar isto?

Créditos: Wikipédia e outros autores

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Melhor Carnaval do Mundo

Quase todos os meus amigos do Paço não gostam de beber do próprio veneno... Durante décadas a fio não cumpriram uma linha daquilo que se comprometiam, por isso, para mim, isso já era tradição e já nem levava a mal... A tradição, dizia também que o Rossio respeitava o combinado... Verdade seja dita que a direcção do Rossio cumpriu à risca esse arranjo, esqueceu-se foi de avisar os marchantes... Esses fazem a marcha do Rossio e esses saíram... E muito bem! O Carnaval de Canas, para o bem e para o mal, é dos foliões... Veio-me há ideia o ano de início do Carnaval em asnelas...

O Paço, este ano de longe, esteve melhor em carros alegóricos... Vejo, com alguma preocupação, a situação do Rossio neste aspecto, que só parece ter perspectivas de melhoras com um pavilhão novo (mas parece que vai haver novidades, finalmente)... Muito bem fez também o Paço na 2ª Feira da Velhas, se bem que o Rossio teve motivos de força maior, mas... Parece ter-se perdido, em definitivo, o espírito do Domingo Magro e das “Farinhadas”, para além da pouquíssima expressão das Paneladas, Pisões e Mascaradas pelas noites frias entre a Passagem de Ano e o Carnaval...

Nos foliões, quantidade e qualidade, o Rossio dá sempre 10-0... Não me custa nada reconhecer que o outro bairro (tirando os alugueres a escolas de samba) melhora todos os anos a olhos vistos... No que diz respeito a Tradição Canense ainda bem!...

O Baile do Rossio esteve bom (ao contrário do que certas provocações dizem), continuo a achar que, por princípio, os bailes deveriam ser em conjunto (tal como a “Batatada” e a “queima do Entrudo), mas também, parece-me cada vez mais que os carnavais de início de mês trazem sempre mais gente aos bailes... Se eu quisesse provocar os pacenses escrevia sobre o seu baile de Domingo, mas não o vou fazer...

Ao contrário do ano passado, que pode considerar-se que não houve despique (mas sobe tão bem como houvesse), este ano o Rossio ganhou... E quando se perdem horas a discutir qualidade das bandas, eu apenas digo que, este ano, os foliões do Rossio estiveram em grande número no despique e isso basta... Também quis-me parecer que, ao contrário de outros anos, o Paço não colocou o seu Carro Musical por forma a ganhar vantagem... mas poderíamos (todos) ainda fazer melhor... Digo eu! Ainda não perdi as esperanças de um apoteótico fogo de artifício no final!...

Uma melhor organização, extra bairros, também não seria má ideia. Direi até que é urgente fazer-se qualquer coisa... Que passe por uma associação, por uma confraria ou, até mesmo, uma fundação! A comunicação fora de portas, tem de passar por uma uniformização, não deveria ser um director do Rossio ou Paço a dar uma entrevista ao um Jornal ou Rádio, não pode sair na comunicação social que o Carnaval de Canas tem 100 anos, o que nos irrita muito, e não haver uma resposta firme por escrito. Não podemos dizer que temos 400 anos, sem estarmos minimamente documentados... Os blogues têm dado uma ajuda, mas...

sábado, 19 de janeiro de 2008

É Carnaval

Antes demais um bom Natal e um próspero Ano Novo!
Ás vezes, perdemos tempo com coisas que não valem realmente a pena!

O Carnaval de Canas entrou-nos pelas entranhas dentro sem nós estarmos preparados para isso. Deveríamos ter sempre em conta aquele provérbio “lapaliciano”: “não há ano oficial que não tenha Carnaval”. Mas que custa ter tudo pronto a 3 de Fevereiro e, principalmente, estar preparado psíquica e fisiologicamente... Bem, e eu até nem me meto em bebidas alcoólicas, caso contrário, tinha de ter um “peito” mais encorpado!...
O Rossio foi, é e será o melhor... Em tudo!... Mas estar a recalcar muito esse facto vais contra a humildade que fica sempre bem aos melhores... Quem é o melhor é-o, sem precisar muito de palavras...
Mas, mais que o Rossio, temos este sentir o Entrudo de Canas de Senhorim... Temos a cobrança de cotas, a discriminação (ou será ostracismo?) que fazem as entidades oficiais ao Carnaval tipicamente português, temos os rituais (pisões, paneladas, enfarinhanços, desgarradas, comadres e compadres, enterro do entrudo, batatada, o despique, as “velhas”, as “mascaradas”, os 2 corsos, os bailes, o Quebra, as “negociações” dos percursos, os peditórios, etc)... A bem dizer, só um dos rituais carnavalescos canenses dava falatório em muito boas vilas portuguesas... Está tudo cá!...

É Carnaval em Canas de Senhorim!...