Zé Manel, homem baixo, gordo e de um forte bigode; pai de duas lindas filhas, altas e louras (e sem bigode!); marido de D. Eugénia, também com bigode (embora menos farfalhudo do que o do marido); chega a casa ás 7 horas da tarde, depois de um dia estonteante de trabalho na construção civil. A temperatura do dia rondou os 40ºC, não será difícil imaginar as condições odoríficas em que o bom homem regressou a casa!
Tira a T’Shirt, as botas, tem alguma dificuldade em descolar as meias dos pés, tal era o suor misturado com terra... Por fim, e de uma vez só, “saca” as calças e as cuecas, também suadas, e atira-se para a banheira. Nesse momento solta um sorriso como que antecipando o banho refrescante que se prepara para tomar... Pensava ele!
Para seu espanto da torneira não saía gota de água!
Irritando, e a falar mal do presidente da câmara, volta a vestir as cuecas, e só as cuecas, vem para o quintal e dirige-se para o motor de rega...
- O que vale é que tenho água do poço! – dizia... E sorriu pela segunda vez!
Mas depressa o sorriso virou um franzir de sobrolho... O motor não funcionava, não havia corrente eléctrica.
- Paga um homem dezenas de contos em electricidade e depois isto!...
Zé Manel decide esperar... De cuecas, sentado no muro da sua vivenda, ia perguntado a quem passava se tinham água e luz em casa. A resposta era sempre negativa!
Por volta da 8 da noite, chegam as duas filhas. Ainda elas não tinham entrado em casa e já ele as ia avisando que não havia água e luz em casa. Nesse mesmo momento vem ao encontro de Zé Manel a sua mulher que pedia:
- Ó homem vai-me pagara conta da luz ao multibanco porque é hoje o último dia!
O coitado de Zé Manel, “furibundo”, volta a vestir a roupa suada e vai pagar a conta da luz...
10 horas e 30 minutos... O homem decide telefonar para a EDP, mas por mais vezes que tente atende-lhe sempre a gravação:
- Obrigado por telefonar para o serviço de cliente da EDP, de momento não podemos atender, por favor deixe mensagem que depois contactamos com a maior brevidade possível!
Cansado dirigiu-se a casa do Presidente da Junta para demonstrar a sua indignação. No entanto, quando chegou a casa do autarca já outros lá estavam a lamentar o mesmo problema... Nada feito!
- Bem, tomo banho amanhã! – pensava ele outra vez!...