É a festividade aproveitada para comemorar o orgulho de ser português, é o dia da Bandeira, do Hino (a Portuguesa)… É o dia que relembramos a criação de um país, dos descobrimentos “d’aquém” e “dalém mar”, das conquistas, do sentimento, do fado, dos poetas:
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Peço desculpa de citar Fernando Pessoa no dia de Camões (ele não se deve importar)!...
Ao Portugal de hoje falta passar além do Bojador, da dor, dos antigos perigos do Mar que nestes dias ainda existem figurados noutras tormentas…
Hoje é o dia de Portugal!
Os meus “amiglos” de esquerda comemoram com mais intensidade o 25 de Abril que o 10 de Junho… Os de direita, exactamente o contrário!
Mas, para os primeiros, direi que:
Ter orgulho de ser português, da história, do sentimento, da pátria (não vou falar de Deus e família, porque ainda me chamam Salazar) é aquilo que ainda nos resta, nestes tempos adversos!...
Que a esfera armilar indique novos rumos
Que os castelos signifiquem novas conquistas
Que as quinas tragam paixão
Que o Vermelho seja de sangue novo
E o Verde o novo mar para ser atravessado
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Luís Vaz de Camões
PS. Já agora… Que Canas de Senhorim seja Município!