Ontem comemorou-se o dia internacional do teatro!...
Eu com algumas responsabilidades neste domínio deveria ter dito algo, mas, como diria o outro, mais vale tarde que nunca!...
Perde-se no tempo a veia artística das pessoas de Canas de Senhorim!...
Eu, porque sou jovem, apenas sei algumas coisas que correram de boca em boca. A filarmónica de Canas de Senhorim tinha também a sua vertente teatral, com jograis, peças e sketch’s, o seu principal dinamizador o Sr. António Rosa (Não será este o nome, mas agora não tenho aqui os meus arquivos)…
Mais tarde, António João Pais Miranda criou o Grupo de Teatro Amador de Canas de Senhorim (o nome deveria ter sido Grupo Amador de Teatro de Canas de Senhorim – o Teatro nunca é amador, os grupos é que podem ser!), depois de boas experiências no concurso que decorreu durante anos no salão dos bombeiros, o "10+7". António João foi ainda buscar alguns jovens que mais se destacavam (ou não!) na semana cultural da escola, na altura, C+S…
Pessoas como o Zé Artur, a Leta, a Dores, o Fraga, o AMEF, o Filipe Show, o Zé Pedro, outros que agora não recordo (entre eles jovens de muito talento) elevaram esta vertente cultural da Vila…
Destaco também a presença assídua na Feira Medieval, o peça de Júlia Nery que juntou, a estes outros, e sendo produzido (?) pela D. Lira (lá está!) e seu consorte!
Depois da morte de António João Pais Miranda, o grupo fundado por si, alterou o nome para Grupo de Teatro Pais Miranda e foram durante 5 anos seguidos o melhor grupo de Teatro na vertente “Revista”, só perdendo este título por questões de política nacional e municipal… O INATEL, dos quais dependem estes grupos de teatro, tornou-se “um verbo-de-encher” e o amigo colmeia deixou até de emprestar o autocarro para as deslocações… Sem dinheiro do INATEL para pagar o espectáculo e sem autocarro para as deslocações, o GTPM começou a depender da boa vontade de outras câmaras municipais, tais como a do Carregal do Sal, Tondela, Vouzela, Mangualde e Lamego… Também dos veículos da Fabrica da Igreja, Jardim-escola João de Deus, do GDR, HUF e particulares… Os apoios recebidos só vieram, ao longo de mais de 20 anos, da Junta de Freguesia…
Não posso deixar de lembrar as excelentes peças de Teatro feitas pelo grupo da casa do Pessoal da Minas da Urgeiriça, de criadores de peças como o Zé Tó, o Rui Fonte… Da Drª Ana Mouraz e do Prof. Sampaio nas recolhas para a Feira medieval… De Júlia Nery pelo seu “do Alto-forno ao Sud expresso”, que só pecou por o livro ter um prefácio escrito pelo Colmeia, algo quase contra-natura!... Por acaso, no meu caso, essa folha, não sei porquê, não existe!
Vivam os Teatros de Canas de Senhorim… Viva a Vida, que não deixa de ser uma grande tragicomédia!...
nota: A referência ao instrumento musical arcaico e meramente circunstancial, não podia deixar de ser referida!...