segunda-feira, 27 de junho de 2005

Teoria da Revolução

Já aqui no blog se comparou a nossa luta ao 25 de Abril… Não é que tenha nada a ver mas deu-me que pensar!...

Numa qualquer revolução temos de estar sempre cientes que haverá alguém no meio do movimento popular como o objectivo de apenas se mudarem as moscas… Muitos participaram na revolução dos cravos simplesmente porque queriam o lugar do Oliveirinha Santa Comba (parafraseando Zé Tó)… Outros queriam transformar uma ditadura de direita por outra de esquerda… Havia ainda outros, principalmente no meio militar, que se viram privados dos seus “lugares” e participaram numa lógica de vingança…
Por outro lado, muitos cidadãos, que estando bem, mas sendo contra Salazar temiam pôr a cabeça de fora, diziam algo do tipo:
- Isto é mau, mas temos que ir levando... – Estar-se bem com Deus e o Diabo é o ideal, mas será possível? Eu acho que vai sendo!...

Não creio ser possível estar-se com a reacção enquanto a revolução não acontece no seu objectivo principal… Qualquer reacção fora de tempo pode deitar por terra as pretensões da revolução… Não queiram, por isso, fazer a reacção sem a revolução ou, pior ainda, ser reaccionário não reconhecendo uma revolução em curso.
A reacção reage à revolução, não a pondo em causa na sua génese, porque ao fazê-lo está a deitar por terra a própria reacção!...

Quem está contra a revolução não pertence à reacção (ou, pelo menos, não deveria misturar-se) … Em Canas os da reacção confundem-se com os que estão contra a revolução…
O interessante seria que a reacção esperasse que a revolução tivesse efeito, e só depois, com o concelho, a reacção ou as reacções dividissem o movimento nas suas ideias mais específicas… Podemos, devemos, olhar a longo prazo, mas não pondo em causa os objectivos, que são de todos, estejamos com a revolução ou, mais tarde, com uma qualquer reacção!