Pois é!

O ex-vice presidente da Câmara de Nelas, José Borges da Silva, que se incompatibilizou, em Outubro de 2006, com a actual maioria PSD-CDS que governa a autarquia, esteve ontem toda a tarde no edifício municipal a tentar obter acesso a documentação que considera relevante numa câmara "sob suspeita". Como não conseguiu, chamou a GNR para registar um acto que vai dar lugar a duas queixas-crime contra o executivo camarário.
"Ontem [anteontem], alertei a presidente e os vereadores que ia consultar documentos sobre actos municipais. É um direito que me assiste. Ao negar-me o acesso, o elenco municipal incorre em dois crimes que a lei tipifica coacção contra órgão constitucional e negação de justiça. As queixas vão seguir para tribunal".
O autarca, a quem o PSD retirou a confiança política no início de Janeiro deste ano, por se ter abstido na votação do Orçamento e Plano de Actividades da Câmara de Nelas para 2007, pretendia consultar facturas, o contrato com a empresa gasolineira que abastece os veículos municipais, e contratos de admissão de pessoal, particularmente dos estagiários admitidos pela autarquia.
"A Câmara está a ser investigada pela Inspecção-Geral da Administração do Território e pela Polícia Judiciária. Como fiz parte do Executivo, de forma activa, quero saber o que se passa", justificou.
Ontem, Borges da Silva entrou no edifício às 14 horas, e viu toda a gente negar-lhe o acesso aos documentos que queria ver. "A justificação dos funcionários era a de que não tinham autorização. Mas quando pedia para porem isso por escrito, todos se negaram". Pedro Alves, chefe de gabinete da presidente Isaura Pedro, refutou as acusações. "A consulta tem regras. E temos dois dias por semana para esse efeito".
JN

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Investigado por beco escuro