quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Opinião

Naquele que deveria ter sido o mais interessante dos debates, aconteceu uma coisa extraordinária compareceu Cavaco Silva, que explicou ao que ia nestas eleições, estiveram os dois jornalistas, e do dr. Mário Soares, ex-PR, homem de princípios, elegante, e bem disposto, nada se soube, não compareceu nem mandou notícias. No seu lugar esteve um candidato a jornalista, amargurado, azedo, mal disposto, desesperado, negativo, sem uma única ideia e a fazer um triste papel.
Na RTP não houve debate, infelizmente, e foi a última oportunidade para Mário Soares, ou a figura desgastada que lá esteve, mostrar que ainda podia aspirar, embora em sonhos, a Belém.
Um debate em que um dos candidatos não vai trocar ideias, contestar visões, opor argumentos, mas em que se limita a ser truculento, deselegante, destemperado e nada coerente, é tempo perdido, e uma derrota esmagadora para quem exerce esse papel. Em televisão sai sempre mal quem faz essa figura suicida, destrutiva e nada esclarecedora.Pior. Quem esteve na RTP em nome de Mário Soares - porque não poderia ser aquele homem afável e bonacheirão que se conhece - escolheu a estratégia mais errada e desconcertante que alguma vez poderia ser aplicada no imaginário colectivo, o tempo em que Cavaco governou foi o período de ouro de Portugal, o único em que um país avançou décadas, e dizer mal disso, com todos os altos e baixos que essa época teve, é não perceber porque é que o ex-primeiro-ministro está na posição de quase Presidente.
Assim sendo, Cavaco ganhou por 5 a 0, por falta de opositor à sua altura.É pena, mas é o que é. E no final, na verdade, só um pormenor escapou a Cavaco, quando lhe perguntaram se faria mais debates. A resposta teria sido simples e demolidora "Para quê? Qual debate? Prefiro uma entrevista com três jornalistas..."
Luís Delgado, Jornalista do DN 22-12-2005