quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Uma "Pequena" História


A vila de Canas por sua vez, havia pertencido à terra de Senhorim até 1186, altura em que D. Sancho I doou a vila de Canas ao bispo de Viseu, D. João Pires.
O cadastro de 1257 dava à vila de Canas “ além da dita vila, os lugares de vale madeiros, que tem oitenta vizinhos e o da Lapa do Lobo que tem cinquenta vizinhos e o lugar da Póvoa de Santo António que tem vinte e quatro vizinhos e fora da freguesia tem este termo na freguesia de Carvalhal Redondo e o lugar de Val Cham que conta de dezasseis vizinhos…”
A pertença à Sé de Viseu não foi pacífica, sobretudo porque a ambição territorial dos cónegos era grande e muito contestada.

Em 1403, o Infante D. Henrique escreveu ao Cabido a solicitar que renunciasse à posse de Canas e seu termo, em favor do seu escudeiro Pedro Nunes Homem, sobrinho do bispo D. João Homem. Ao que parece o pedido só foi atendido a prazo e assim, no terceiro quartel do século XV, de novo se gerou grande litígio entre o rei D. Afonso V e o cabido de Viseu, desta vez sobre as jurisdições cíveis e crime nas terras do termo de Canas.

D. Afonso V diminuiu a questão, doando a terra a Álvaro de Carvalho em 1475. Assim mesmo as contendas não terminaram, obrigando a uma intervenção apostólica (1523).

Entretanto, em 1514, Canas obteve carta de foral novo, do rei D. Manuel, o que trouxe a estas terras um relativo desafogo. O povo ficou apenas obrigado a pagar ao Cabido “ um oitavo do pão e do vinho e uma porção de linho … com restrições apenas quanto à venda das propriedades, a qual não deveria ser feita a pessoas privilegiadas que não pagassem aquelas prestações…” O estatuto de Canas e seu termo passou a ser o de um concelho pertencente ao rei que “ apresentava as justiças do dito concelho, assim juiz ordinário, vereadores, procurador e mais oficiais de justiça, câmara, órfão, direitos reais e almoçarias” ainda em pleno século XVIII (1765)

No aspecto demográfico, estas terras quintuplicaram em número de habitantes, entre 1527 e 1838, certamente com base numa relativa prosperidade económica.

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