Apesar
de uma discussão bastante interessante, iniciada pelo Rui Pina, no seu estilo
particular, descambar em ofensas mais ou menos sub-reptícias de amigos apraz-me
dizer:
Discutir
a Constituição Portuguesa como aquilo fosse algo que todos respeitam e
“tendencialmente” todos se revêm ou devessem rever é cómico!
A
CP assemelha-se a um cinto de castidade, com uma chave na posse do Tribunal Constitucional
e outra numa maioria de 2/3 na Assembleia da República! Parece-me que seria
muito difícil violar a séria República portuguesa.
Contudo,
da esquerda à direita tem-se sabido umas quantas violações por parte de quem
não deveria ter a chave.
Enquanto
PS e PSD, possuidores até hoje da chave dos 2/3 preferem enaltecer as virtudes
da dita a discutirem seriamente a sua alteração... Assim viram-se para o Tribunal
Constitucional e fazem da sua constituição de juízes mandatários políticos, uma
chancela para a violação constante da constituição, com a garantia que o “marido”
traído garante a “castidade”
da mesma... Diga-mos em linguagem corrente o “corno
manso”!
Mas
vai-se mais longe: O próprio “marido”não
tem qualquer pudor em aceitar que, apesar de a violação já ter sido consumada,
a constituição continua inviolável por necessidade de força maior. O violador
estava mesmo à rasca! E isto de gostos não se discute!
Uma
Constituição da República velha mas sábia, cheia de teias de aranha e
contradições não deveria ser alvo de necessidades, quase diárias,
em ser violada.
Diz
o “marido”
que cortar nos trabalhadores públicos e não cortar nos privados é
inconstitucional, diz por causa da igualdade entre todos os trabalhadores,
certo! Também acho!
Um
trabalhador do setor público vai de baixa e recebe 100% do ordenado (agora será
90%) que será igual a um trabalhador do privado que, como defende o guardião da
igualdade, quando vai de baixa recebe a partir do 4º dia 65% (agora não mais de
62%) isso é a igualdade, não se está mesmo a ver!....
Um
aluno do 12º ano de escolaridade (agora ensino obrigatório) paga 65€ por um
livro e isso é ensino tendencialmente gratuito. Isso é defender o ensino
Público!
Por
isso é que eu preferia que em vez do moralista cinto de castidade a
constituição portuguesa estivesse protegida por um colete-de-forças evitando
assim que ele esbraceje muito enquanto continua a ser violada!