quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Caminhar Sem Rumo

Nos dias que correm todas as sociedades... Bem, todas também será um exagero, fico-me pelas sociedades ocidentais, revelam particularidades interessantes!...
Todos nos obrigam a caminhar, a decidir... Não podemos estar parados!...
Estamos sempre prontos, de mochila às costas, umas notas no bolso (que pode ser emprestado facilmente por um banco), um telemóvel na algibeira e um cronómetro no pulso...
Depois estamos num ringue de carrinhos de choque em que o objectivo de uns é desviarem-se dos outros e estes baterem contra os primeiros.
Nós não caminhamos ao encontro de algo, não temos rumo!... Andamos por aqui só a fugir uns dos outros...
É o síndrome do Tsunami!...
Não podemos ficar na praia, mas a fuga é feita sem grande lógica que não seja a perspectiva de salvação. Tudo baseado no “eu”... Algo do tipo:
Salvem mulheres e crienças depois de mim!...
Não há tempo para estudar estratégias, de negociar um rumo que todos atinjam, o colectivo não pode existir sob pena de serem considerados de “carneirada”, num grupo há sempre um “mas”, muitas opiniões fundamentadas mas, fundamentalistas!...
Uma sociedade alicerçada no “eu” não existe! Por causa disso é que as liberdades individuais acabam na liberdade dos outros... Nunhum homem pode ser arrancado, nem se pode abster, da sociedade em que se insere.
Não há líderes, cada um o é, não há ideais, cada um tem o seu, não há valores, por que cada um é que sabe...
E lá vamos todos por essa vida fora, de mocila ás costas, umas notas no bolso, um telemóvel na algibeira e um cronómetro no pulso... Pode ser que te encontre e que possa caminhar contigo, pelo menos, durante uma jornada. Pode ser que, pelo menos, por uma temporada, os nossos azimutes se encontrem e façamos uma sociedade temporária... Já não seria mau... Já não seria mau!

1 comentário:

PortugaSuave disse...

Um bom texto para reflectir. Cumprimentos Cingab