sábado, 1 de julho de 2006

Seeeeeeeeeeeeeeeeeeempre!


A população de Canas de Senhorim recebeu terça-feira à noite o seu presidente de Junta, Luís Pinheiro, e o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, como dois heróis por terem conseguido elevar a freguesia a concelho.
«Vocês são os maiores», «obrigadinho por terem trazido o concelho» foram algumas das saudações que Luís Pinheiro e José Cesário (que em 1998 apresentou o primeiro projecto de lei para a criação do concelho) ouviram assim que, chegados de Lisboa, cerca das 22:35, deixaram os carros a mais de meio quilómetro do centro da vila.
Na demorada caminhada até ao Largo 2 de Maio, onde estava montado o palco e os foguetes prontos a rebentar, foram muito aqueles que quiseram abraçar Luís Pinheiro, José Cesário e restante comitiva, que desde segunda-feira esteve na Assembleia da República a assistir aos «episódios» finais de décadas de luta.
Conseguindo «furar» a muito custo por entre os milhares de pessoas que invadiram as ruas do centro da vila, ao som da fanfarra e com fogo de artifício como pano de fundo, Luís Pinheiro - que nos últimos anos liderou as muitas manifestações populares - conseguiu chegar ao palco.
Apesar de contente com a vitória hoje conseguida na Assembleia da República, lembrou à população que «o processo não acabou, este foi um grande passo, mas falta ser votado na especialidade e o Presidente da República promulgá-lo». No entanto, mostrou-se confiante na votação dos deputados e na «sensibilidade» do Presidente da República, que «de certeza não vai deixar Canas ficar mal».
Já a pensar no futuro, Luís Pinheiro lembrou que Nelas - concelho a que pertence Canas de Senhorim - será sempre um vizinho. «Temos que nos dar bem, esta luta nunca foi contra eles, mas sim a nosso favor. Vamos ter uma postura digna e respeitar a Câmara Municipal de Nelas», pediu.
No entanto, antes de encerrar o seu discurso, não resistiu a uma provocação. «Comprámos uma série de morteiros de quilo, para ver se se ouvem em Nelas», afirmou, o que viria mais tarde a confirmar-se, com uma verdadeira «chuva» de ruidosos foguetes, acompanhados de fogo de artifício.
José Cesário afirmou que dias como o de terça-feira provam que «vale a pena fazer política, porque se conseguiu fazer justiça». O governante criticou a «forma indigna e inaceitável» como a freguesia de Canas foi tratada «durante anos e anos» pela Câmara de Nelas, liderada pelo socialista José Correia, mostrando-se convicto de que «será possível construir uma terra melhor».
Satisfeito com o novo vizinho estava o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Atílio dos Santos Nunes, que recebeu um grande aplauso da população quando subiu ao palco. O autarca social-democrata disse aos jornalistas acreditar no futuro do concelho de Canas de Senhorim, frisando que o de Vila de Rei é ainda mais pequeno. Considera, por isso, serem infundadas as previsões do presidente da Câmara de Nelas de que, futuramente, o novo concelho será «absorvido» pelo de Carregal do Sal e criticou-o por, em tempos, não ter aceite o convite do Presidente da República para fazer as pazes com Canas.
Leonel Carvalho, responsável pelo Centro Regional de Segurança Social de Viseu, deixou a sugestão de o dia 1 de Julho passar a ser a data do futuro feriado municipal, uma proposta aplaudida pelos presentes.
Depois dos discursos e de um minuto de silêncio por todos aqueles que morreram sem ver concretizada a criação do concelho de Canas, os populares ficaram noite dentro a dançar ao som de um conjunto musical da terra.
Entre eles, muitos disseram à Agência Lusa não ter dúvidas de que Luís Pinheiro será o primeiro presidente da futura Câmara de Canas de Senhorim. «Isso aí já é outra guerra...», respondeu Luís Pinheiro quando questionado pelos jornalistas sobre o assunto.
PORTUGAL DIARIO

Bem sei que há pessoas que têm vergonha… Mas eu quero recordar… Eu quero lembrar… Eu quero lutar!...
Ninguém me apaga a memória… Ninguém!...
Não há uma LIC (internas ou externas) que apague o meu sonho… Não há!...
Só a criação do município de Canas de Senhorim atenuará as injustiças feitas a este povo… Haja ou não simpatia ou romantismo, a meta é só uma:
CANAS A CONCELHO PARA SEMPRE!...